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Os Mistérios do Império Axumita
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O Império Axumita, que floresceu entre os séculos I e VII d.C., é uma das civilizações mais intrigantes da história africana. Localizado na região que hoje corresponde à Etiópia e Eritreia, Axum destacou-se como um centro comercial vital, atuando como uma ponte entre o Império Romano e o subcontinente indiano.
Índice de Conteúdo
Origem e Expansão
Os axumitas estabeleceram-se na cidade de Axum por volta do século V a.C., mas foi no século IV d.C. que o império atingiu seu apogeu. Durante esse período, Axum conquistou vastas áreas, incluindo partes da Península Arábica e do Reino de Cuxe, tornando-se uma potência regional. A conquista da cidade de Meroé, capital do império Kush, em torno do século IV, foi um marco significativo que fragmentou a antiga estrutura política da região.
Comércio e Moeda
Axum tornou-se um centro comercial crucial, dominando as rotas que conectavam a África ao Oriente Médio e à Ásia. A cunhagem de moedas de ouro e prata com inscrições em Ge’ez e grego atesta sua importância no comércio internacional. O uso de uma moeda própria facilitou as trocas comerciais com regiões distantes, incluindo a Índia e a China.
Religião e Cultura
A conversão ao cristianismo sob o rei Ezana, no século IV, foi um evento transformador para Axum. Ezana adotou a fé cristã após a influência de Frumêncio, um monge fenício, e essa nova religião se tornou um elemento central da identidade axumita. A construção de igrejas esculpidas em rocha, como as famosas Igrejas de Lalibela, é um legado duradouro dessa era cristã.
Declínio do Império
O declínio do Império Axumita começou no século VII, em parte devido à expansão do islamismo e à pressão de reinos vizinhos. A perda de controle sobre as rotas comerciais e a consequente isolação levaram ao empobrecimento cultural e econômico da região. O império eventualmente foi sucedido pela dinastia Zagwe no século XI.
Legado
O legado do Império Axumita é visível até hoje na cultura etíope. Os vestígios arqueológicos, incluindo os obeliscos monumentais e as igrejas esculpidas em rocha, são testemunhos da riqueza histórica dessa civilização. Além disso, a língua Ge’ez continua a ser utilizada em contextos litúrgicos na Igreja Ortodoxa Etíope.
O estudo do Império Axumita revela não apenas uma rica história de conquistas e comércio, mas também os desafios enfrentados por uma civilização que desempenhou um papel crucial na interconexão entre culturas antigas.
O Império Axumita foi um importante centro comercial na antiguidade, e seus principais produtos comerciais incluíam:
- Ouro: Extraído principalmente das regiões ao sul de Axum, o ouro era uma das principais exportações do império.
- Marfim: Proveniente da caça de elefantes, o marfim era altamente valorizado, especialmente no comércio com o Império Romano e outras regiões.
- Sal: Essencial para a conservação de alimentos, o sal era um produto de grande demanda.
- Escravos: O comércio de escravos também era uma prática comum e significativa na economia axumita.
- Incenso e Mirra: Usados em rituais religiosos e como perfumes, esses produtos eram muito procurados.
- Chifres de rinoceronte e carapaças de tartarugas: Esses itens eram utilizados tanto para decoração quanto para fabricação de objetos diversos.
- Obsidiana: Este material era utilizado na fabricação de ferramentas e armas.
Além desses produtos, Axum também importava mercadorias como têxteis, espadas e artigos de vidro, criando uma rede comercial robusta que se estendia até a Índia e o mundo mediterrâneo.
O Império Axumita controlava o comércio de ouro e marfim através de uma combinação de estratégias militares, políticas e econômicas que garantiram sua influência sobre as rotas comerciais da região.
Controle Territorial e Militar
- Conquista de Territórios: O império expandiu seu domínio por meio de conquistas, como a derrota do Reino de Cuxe, que lhe permitiu controlar áreas ricas em recursos, incluindo ouro e marfim. O rei Ezana, por exemplo, liderou campanhas militares que asseguraram o controle sobre estas regiões estratégicas.
- Domínio sobre Rotas Comerciais: Axum também estabeleceu controle sobre rotas marítimas e terrestres cruciais, especialmente no Mar Vermelho, que conectava a África ao Oriente Médio e à Índia. Isso permitiu aos axumitas regular o fluxo de mercadorias e garantir a segurança das transações comerciais.
Inovação Monetária e Comércio
- Cunhagem de Moeda: Axum foi o primeiro estado da África tropical a cunhar sua própria moeda, o que facilitou as transações comerciais e proclamou sua independência econômica. As moedas eram utilizadas para transações com comerciantes árabes e romanos, aumentando a atratividade do império como um centro comercial.
- Centros Comerciais: A cidade portuária de Adúlis servia como um importante hub comercial onde produtos como ouro e marfim eram trocados por mercadorias importadas, como têxteis e armas. A localização estratégica de Adúlis permitiu que Axum se tornasse um ponto de encontro vital para comerciantes de diversas regiões.
Relações Comerciais e Diplomáticas
- Alianças Comerciais: As relações diplomáticas com outros reinos, incluindo o Império Romano, foram fundamentais para a proteção dos interesses comerciais axumitas. O império cultivou laços com nações cristãs, o que também facilitou o comércio.
- Regulação do Comércio: Os governantes axumitas mantinham um monopólio sobre o comércio de marfim e ouro, controlando diretamente a produção e a distribuição desses produtos valiosos. Essa regulação não apenas aumentava a riqueza do império, mas também assegurava seu status como uma potência comercial na região.
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Essas estratégias combinadas garantiram que Axum se tornasse um dos principais centros comerciais da antiguidade, permitindo-lhe prosperar através do comércio de ouro e marfim.