
Como a Escravidão Alimentou a Colonização da África?
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A escravidão e a colonização estão intrinsecamente ligadas na história da África, com a primeira alimentando e facilitando a segunda. A exploração de povos africanos através da escravidão gerou desestruturação econômica e social, o que, por sua vez, permitiu a dominação e o controle colonial por potências europeias.
Índice de Conteúdo
Escravidão como Acumulação Primitiva
A escravidão funcionou como uma forma eficiente de acumulação primitiva, enriquecendo tribos, cidades e reinos africanos que controlavam as rotas de comércio de escravos. Esses grupos mais fortes e ricos tinham mais condições de oferecer mão de obra escrava, intensificando a prática e expandindo seu alcance.
Transformação do Comércio de Escravos
O comércio de escravos na África existia antes da chegada dos europeus, mas era praticado de maneira diferente, frequentemente com foco em escravidão doméstica. Com a chegada dos portugueses no século XV, o tráfico de escravos se configurou como a maior migração forçada da história. Os portugueses, inicialmente, capturavam africanos, mas logo perceberam que era mais lucrativo entrar nas redes de comércio já existentes, buscando escravos junto aos povos do litoral.
Fortalecimento de Reinos Africanos
O comércio de escravizados com os europeus contribuiu para a centralização política na África, onde reinos que dominavam a captura e venda de pessoas se tornaram forças hegemônicas. Isso intensificou guerras e endureceu leis, visando a obtenção de mais pessoas para serem vendidas como escravas.
O Papel dos Portugueses
Os portugueses estabeleceram feitorias na costa africana, onde compravam africanos para enviá-los como escravos para trabalhar em engenhos. Em troca de escravos, os reinos africanos recebiam cavalos e armas de fogo, aumentando seu poder de guerra.
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Impacto Duradouro
A escravidão deixou um legado de desigualdade e desestruturação econômica e cultural na África, cujos efeitos desastrosos são de longa duração1. A exploração contínua e a subjugação de populações fragilizadas pavimentaram o caminho para a colonização, com a África servindo como fornecedora de mão de obra escravizada e, posteriormente, sofrendo diversas formas de exploração econômica.