A Luta de Angola Contra o Domínio Português
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A luta de Angola pela independência do domínio português foi um processo complexo, marcado por diversas fases e conflitos que se estenderam por mais de uma década. Este movimento de libertação começou a se intensificar na década de 1960, em um contexto global de descolonização e resistência contra o colonialismo.
Índice de Conteúdo
Contexto Histórico
Após a Segunda Guerra Mundial, as colônias africanas começaram a reivindicar sua independência, influenciadas pela criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945 e pela crescente pressão internacional. Em Angola, surgiram três principais movimentos de libertação:
- Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): Com uma orientação marxista, o MPLA defendia a luta armada como único meio para abolir os laços coloniais.
- União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA): Liderada por Jonas Savimbi, este grupo tinha uma postura anticomunista.
- Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA): Com Holden Roberto à frente, este grupo contava com apoio financeiro dos Estados Unidos.
Início da Luta Armada
O início da luta armada foi marcado por eventos significativos, como a revolta da União das Populações de Angola (UPA) em 1961 e o ataque do MPLA a um estabelecimento militar em Luanda. Esses ataques foram catalisadores para o aumento da violência e da repressão por parte do governo colonial português.
As tensões aumentaram com a Revolução dos Cravos em Portugal em 1974, que resultou na queda da ditadura salazarista e na mudança na política colonial portuguesa. O novo governo português começou a negociar a independência das colônias africanas.
Proclamação da Independência
A independência de Angola foi oficialmente proclamada em 11 de novembro de 1975. No entanto, a transição não foi pacífica; as rivalidades entre os movimentos de libertação resultaram em uma guerra civil que se seguiu à independência. O MPLA proclamou a independência sem consenso dos outros grupos, levando a um conflito interno que durou até 2002.
Consequências e Legado
A luta pela independência angolana não apenas resultou na libertação do domínio colonial português, mas também deixou um legado duradouro de divisões políticas e sociais no país. A guerra civil que se seguiu à independência causou milhões de mortes e deslocamentos, impactando profundamente a sociedade angolana.
Em resumo, a luta de Angola contra o domínio português foi um marco significativo na história africana, simbolizando tanto a resistência ao colonialismo quanto os desafios enfrentados na construção de uma nação independente.
Os principais líderes da luta pela independência de Angola foram fundamentais na formação dos movimentos nacionalistas que se opuseram ao domínio colonial português. Aqui estão os mais destacados:
1. Agostinho Neto
- Movimento: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
- Contribuições: Neto foi um dos fundadores do MPLA em 1956 e assumiu a liderança em 1962. Ele se destacou por sua visão marxista e pela busca de uma Angola unida e independente, proclamando a independência em 11 de novembro de 1975, onde se tornou o primeiro presidente do país.
2. Holden Roberto
- Movimento: Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)
- Contribuições: Fundador da FNLA em 1962, Holden Roberto era um líder carismático que buscou apoio ocidental, especialmente dos Estados Unidos. Ele posicionou a FNLA como um representante do nacionalismo africano autêntico, focando na questão racial e na luta contra o comunismo.
3. Jonas Savimbi
- Movimento: União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
- Contribuições: Savimbi fundou a UNITA em 1966 após uma cisão na FNLA. Ele se destacou por sua habilidade militar e por buscar apoio internacional, especialmente durante a Guerra Fria, enfatizando uma abordagem anticomunista.
4. Mário Pinto de Andrade
- Movimento: MPLA
- Contribuições: Andrade foi um dos primeiros membros do MPLA e teve um papel significativo na mobilização intelectual e política no movimento. Ele era conhecido por suas contribuições teóricas e pela promoção da luta anticolonial em fóruns internacionais.
5. Viriato Cruz
- Movimento: Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUA) e posteriormente no MPLA
- Contribuições: Cruz fundou o PLUA em 1953, sendo um dos primeiros líderes a organizar resistência contra o colonialismo. Ele se tornou secretário-geral do MPLA após sua formação, mas acabou se separando do movimento devido a desavenças internas.
Esses líderes desempenharam papéis cruciais na articulação das aspirações nacionais angolanas e na condução do país rumo à independência, cada um representando diferentes segmentos da sociedade angolana e abordagens ideológicas.
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